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Políticos de direita demoram a sair em defesa de Bolsonaro nas redes sociais

A demora de políticos de direita em se manifestarem em defesa de Jair Bolsonaro nas redes sociais tem gerado debates sobre as estratégias de comunicação e o apoio no cenário político brasileiro. Essa análise foi originalmente destacada em um artigo da Revista Valor, escrito por César Felício, com dados levantados pela equipe da Autoridades Brasil. Confira o texto da reportagem na íntegra abaixo:

Um fenômeno raro, para não dizer raríssimo, aconteceu nas redes sociais brasileiras essa semana. Os políticos de partidos de esquerda conseguiram estar na ofensiva no Instagram, X, Bluesky e Facebook e os políticos da direita com mandato eletivo, ficaram em segundo plano.

Uma plataforma, desenvolvida pelo Autoridades Brasil, monitora as postagens de agentes políticos com mandato eletivo. A pedido do Valor, a empresa fez um levantamento da repercussão das denúncias envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro com supostas articulações golpistas, tema que perpassou o ano e que teve desdobramentos importantes essa semana. Foram incluídos neste levantamento

não apenas todo primeiro escalão do Governo, Congresso Nacional, governadores, deputados estaduais, prefeitos atuais e eleitos, mas também casos excepcionais em que um político sem mandato exerce autoridade como formador de opinião. Como é, obviamente, a situação de Bolsonaro.

Entre a segunda e a quinta-feira, dia 21, o espectro de políticos da esquerda e centro-esquerda foi responsável por 68% das menções. Direita e centro-direita somaram 30%. Vale uma ressalva: o foco da pesquisa está na participação dos políticos nas redes sociais. Não se mede o alcance de cada um. Bolsonaro tem 25,8 milhões de seguidores no Instagram.

A Arena Digital

Percentual de postagens por espectro político

e a chocante revelação, feita dia 19, de que um grupo de militares de uma força de elite, os “kids pretos”, teriam conspirado no fim de 2022 para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre Moraes.

O levantamento não cobre toda a repercussão do indiciamento de Bolsonaro pela Polícia Federal, objeto de especulação durante todo o dia 21, mas só formalizado no meio da tarde. Está mais influenciado por outros dois fatos: o atentado a bomba na Praça dos Três Poderes no dia 13 e a chocante revelação, feita dia 19, de que um grupo de militares de um grupo de militares de uma força de elite, os “kids pretos”, teriam conspirado no fim de 2022 para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre Moraes.

Os políticos mais radicais da direita no Brasil, em geral, têm três origens: forças de segurança, meio evangélico e influenciadores digitais. Não raro essas três origens se fundem em uma única pessoa.

Já os que estão na esquerda e na centro-esquerda entram na política por tradição familiar, pertencimento a movimentos sociais, sindicais e identitários. Presença digital não é o forte.

O predomínio da esquerda indica que, ao menos no início da semana, os políticos de direita não se engajaram tanto em fazer sua narrativa prevalecer.

A esquerda fez condenações ao golpe e à violência política, responsabilizou Bolsonaro, expôs detalhes das investigações e cobrou punições.

O ataque dos políticos de esquerda

A direita procurou desconstruir as investigações, lançar Bolsonaro para 2026, criticar Moraes e Lula. Prevaleceu nesse universo a narrativa da esquerda.

A reação dos políticos de Direita

Do lado da esquerda, os mais atuantes foram a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR) e os deputados Paulo Guedes (PT-MG) e Natália Bonavides (PT-RN). Pela direita, se destacou o p utados Paulo Guedes (PT-MG) e Natália Bonavides (PT-RN). Pela direita, se destacou o próprio Jair Bolsonaro, o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ) e os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carla Zambelli (PL-SP).

Depois do indiciamento de Bolsonaro, outros expoentes da direita começaram a se manifestar, em período já não coberto pela pesquisa. A acusação direta a Bolsonaro galvanizou seus principais aliados. Foi o caso por exemplo do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que usou sua conta no Instagram na noite de quinta-feira. Na sext a, o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) já ensaiava a convocação de manifestações de ruas. E o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) entrou na discussão, com uma postagem no Instagram na noite de quinta que teve 695.863 curtidas.

Confira a notícia no site do Valor Econômico:

https://valor.globo.com/politica/pergunte-aos-dados/post/2024/11/politicos-de-direita-demoram-a-sair-em-defesa-de-bolsonaro-nas-redes-sociais.ghtml