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Autoridades Brasil na Mídia: Agricultura regenerativa ainda recebe pouca atenção das autoridades brasileiras

A agricultura regenerativa, uma abordagem sustentável que busca restaurar e enriquecer os ecossistemas agrícolas, ainda não conquistou um espaço relevante no debate político brasileiro. 

Embora seja discutida durante eventos internacionais e em alguns setores do agronegócio, sua presença entre as autoridades brasileiras ainda é limitada.

Essa análise foi originalmente destacada em um artigo da Exame, com dados levantados pela equipe do Autoridades Brasil.

Baixo engajamento político no tema

O Autoridades Brasil, a convite do Instituto O Mundo Que Queremos, analisou postagens feitas entre janeiro de 2023 e janeiro de 2025 nas redes sociais de mais de 4.600 figuras públicas brasileiras para entender como esse tema vem sendo tratado por essas autoridades no ambiente digital.

O levantamento revelou que, de um total de 9,7 milhões de postagens analisadas, apenas 92 mencionaram a agricultura regenerativa.

Dessas menções, apenas 23 perfis de autoridades políticas abordaram o tema, e somente 5,4% das postagens vieram de contas institucionais, como prefeituras e órgãos governamentais. 

O resultado indica que a pauta ainda não está entre as prioridades de agenda das autoridades brasileiras.

Quando o tema ganhou destaque?

Apesar do baixo volume de menções, as discussões sobre o tema foram impulsionadas em momentos específicos, como:

  • Julho de 2023 – Durante o Encontro Catarinense de Agricultura Regenerativa e reuniões ministeriais.
  • Dezembro de 2023 – Na COP28, com anúncios de compromissos do estado do Pará na conciliação entre produção e conservação.
  • Fevereiro de 2024 – Quando o deputado Adão Pretto (PT-RS) propôs um projeto de lei sobre agropecuária regenerativa e criticou o uso excessivo de agrotóxicos.
  • Novembro de 2024 – O Brasil participou do G20, COP29 e Carbon Science Talks, gerando debates sobre financiamento de práticas agroecológicas.

Divergências políticas na abordagem do tema

O levantamento também revelou um viés político na forma como a agricultura regenerativa é tratada:

  • Esquerda e centro-esquerda – Responsáveis por 80% das postagens, defendem incentivos financeiros, políticas públicas e regulações para fomentar a transição agroecológica.
  • Centro-direita – Enfatiza a competitividade do agronegócio e a adoção da prática como diferencial de mercado para exportação.
  • Direita – Não registrou menções ao tema no período analisado.

Principais autoridades que mencionaram a agricultura regenerativa

Dentre os políticos que trouxeram a pauta para o debate público, três se destacaram:

  • Adão Pretto (PT-RS) – Deputado estadual que defende a agroecologia e o fortalecimento da agricultura familiar.
  • Luiz Paulo Teixeira – Ministro do Desenvolvimento Agrário, que discute incentivos para recuperação de áreas degradadas.
  • Helder Barbalho – Governador do Pará, que aposta na agricultura regenerativa como estratégia de segurança alimentar e preservação ambiental na Amazônia.

Conclusão 

Embora a agricultura regenerativa tenha impulsionado discussões no ambiente digital em momentos específicos, como eventos internacionais e iniciativas estaduais, o levantamento mostra que o tema ainda carece de maior projeção nas redes sociais e, consequentemente, nas agendas políticas das autoridades brasileiras.

Para acessar a matéria completa publicada pela Exame, clique aqui: https://exame.com/colunistas/ideias-renovaveis/por-que-a-agricultura-regenerativa-precisa-entrar-no-debate-politico-brasileiro/