Um monitoramento das redes sociais, recente das autoridades políticas brasileiras, revelou padrões interessantes sobre as menções a Kamala Harris e Donald Trump, após o resultado das eleições nos Estados Unidos.
O comportamento digital dos representantes de direita e esquerda aponta diferenças na maneira como cada grupo discute essas figuras políticas norte-americanas. Enquanto a direita brasileira demonstra maior inclinação para criticar Kamala Harris e defender Trump, a esquerda parece concentrar-se majoritariamente em Kamala, mencionando o ex-presidente dos EUA com menos frequência.
Ao avaliar os dados em gráficos percentuais de publicações por partido, fica evidente que a direita brasileira domina as discussões sobre Trump. O Partido Liberal (PL), por exemplo, é responsável por mais de 40% das publicações mencionando Trump. Isso demonstra uma presença muito mais ativa dos representantes desse partido em relação ao ex-presidente dos EUA, o que reflete um alinhamento ideológico que parece valorizar a figura de Trump e suas políticas.
Em termos de volume de menções, o nome “Trump” apareceu cerca de 7.100 vezes entre as publicações analisadas. Em contraste, “Kamala” foi mencionada em apenas 807 ocasiões – uma diferença significativa, mostrando que Trump é cerca de nove vezes mais mencionado do que Kamala Harris entre as autoridades monitoradas em suas redes sociais. Esse dado sugere que o ex-presidente desperta maior atenção e engajamento nas discussões políticas brasileiras, principalmente à direita.
A análise indica um comportamento distinto entre os grupos políticos: a direita brasileira adota uma postura mais ativa, defendendo suas afinidades e criticando adversários, enquanto a esquerda tem uma resposta mais reativa. Em vez de defender Trump, o grupo de esquerda focou em apoiar e defender Kamala Harris, uma figura que representa valores contrários aos que Trump simboliza. Esse cenário revela muito sobre as afinidades ideológicas e estratégias discursivas de cada grupo, sendo que um se volta para a defesa de aliados, enquanto o outro adota uma postura de oposição direta.
Esses padrões refletem não apenas as diferenças políticas, mas também como a política internacional impacta o discurso interno no Brasil. O alinhamento ou a rejeição às figuras norte-americanas serve como um termômetro para a compreensão das preferências e prioridades de cada grupo político no Brasil.