A operação “Sem Desconto”, deflagrada para investigar fraudes em descontos irregulares em aposentadorias no INSS, gerou forte impacto no cenário político nacional. Entre os dias 23 e 28 de abril, o assunto movimentou as redes sociais das autoridades políticas, com mais de 1.100 publicações.
No centro da crise está Carlos Lupi (PDT), ministro da Previdência Social. O partido agora cobra uma postura mais firme do governo para defendê-lo publicamente.
Internamente, no entanto, o cenário é bem diferente: há quem diga que Lupi está sendo tratado como “bode expiatório”, enquanto o presidente Lula, por ora, não sinaliza intenção de demiti-lo. A base governista, por outro lado, está dividida — parte já defende sua saída.
A direita liderou a repercussão nas redes sociais, concentrando 62% das publicações, e mais da metade disso, 32%, foi impulsionado por parlamentares do PL. Entre os principais alvos dos ataques estão o próprio ministro e também Frei Chico, irmão de Lula, além do Sindnapi, sindicato de aposentados.
As acusações giram em torno da possível participação dessas figuras no esquema de desvio de recursos. A oposição também aproveitou o momento para defender a criação da “CPI do Roubo dos Aposentados”, demonstrando sua indignação pelo roubo dos idosos.
Enquanto isso, a esquerda respondeu com 34% das postagens, sendo 27% apenas do PT. A narrativa, nesse campo, foi no sentido de lembrar que as investigações tiveram início no próprio governo Lula e que o esquema de fraude, segundo alegam, foi implementado durante o governo Bolsonaro.
Além disso, figuras ligadas à base do governo reforçaram o compromisso da gestão atual em garantir transparência e autonomia das instituições, e lembraram que a Polícia Federal já havia confirmado que nem Frei Chico nem o Sindnapi estão entre os investigados pela operação.
Com o ambiente dominado pela polarização entre direita e esquerda, o centro manteve uma postura discreta, somando apenas 3% das postagens sobre o tema.
Em meio à turbulência, poucos nomes, como o deputado federal Marcos Tavares (PDT-RJ) e a ex-deputada estadual Juliana Brizola (PDT-RS), saíram em defesa de Carlos Lupi. Do outro lado, a vereadora Teresa Bergher (Cidadania-RJ) e o deputado estadual Simão Pedro (PT-SP) fizeram coro às críticas levantadas pela oposição sobre Lupi.
Por fim, após a audiência pública do ministro Carlos Lupi, realizada ontem (29/04), e diante dos desdobramentos da operação “Sem Desconto”, o debate tende a ganhar ainda mais força nos próximos dias.